Segue, para leitura e relexão de todos, pequenino trecho da belíssima obra “A última superstição - Uma refutação ao
neoateísmo” (de Edward Feser).
Platão resume sua concepção filosófica global na famosa “alegoria da caverna”. Imagine um número de indivíduos acorrentados nas profundezas de uma caverna com a cabeça presa na mesma posição, de modo que não conseguem olhar para nada além do muro em frente. Atrás deles há uma fogueira e pessoas caminham entre eles e ela carregando estátuas de vários objetos comuns. Tudo o que os indivíduos acorrentados chegam a ver são as sombras tremulantes das estátuas projetadas no muro em frente, e tudo o que chegam a ouvir são os sons feito pelas pessoas que as carregam.
Platão resume sua concepção filosófica global na famosa “alegoria da caverna”. Imagine um número de indivíduos acorrentados nas profundezas de uma caverna com a cabeça presa na mesma posição, de modo que não conseguem olhar para nada além do muro em frente. Atrás deles há uma fogueira e pessoas caminham entre eles e ela carregando estátuas de vários objetos comuns. Tudo o que os indivíduos acorrentados chegam a ver são as sombras tremulantes das estátuas projetadas no muro em frente, e tudo o que chegam a ouvir são os sons feito pelas pessoas que as carregam.
Pressupondo que
passaram a vida inteira acorrentados, quase toda a sua concepção de
realidade será determinada pela experiência dessas sombras e sons
e eles terão todo o tipo de crença falsa com base nas correlações
que observam entre sombras e outras sombras, sons e outros sons,
sombras e sons.
Agora suponha que um
deles se liberte, consiga sair da caverna e experiencie pela primeira
vez o mundo dos objetos físicos comuns iluminados pela luz do dia.
No início, ficará completamente desorientado e o sol quase o
cegará. Mas em algum momento virá a perceber que o vê agora no
mundo exterior são os modelos das imagens grosseiras que conhecia
antes, e que o mundo de que partiu não passava de uma cópia
imensamente inadequada do mundo que acaba de descobrir. Também verá
o Sol, que pode perceber claramente quando seus olhos se ajustam à
nova realidade, é a fonte da visibilidade dos objetos físicos que
ocupam este novo mundo. Se voltar à caverna e revelar o que
descobriu, os outros habitantes dela pensarão que ficou louco e
serão mesmo incapazes de compreendê-lo. Contudo, ele é o único
que terá chegado À verdadeira compreensão da realidade.
A caverna, para
Platão, representa o mundo da vida cotidiana, e seus moradores
acorrentados que conhecem apenas imagens fugazes e tremulantes
representam as massas ignorantes vivendo como escravas de suas
paixões e fantasias em constante mutação. As estátuas
correspondem aos objetos comuns da vida cotidiana; as coisas do lado
de fora da caverna, correspondem às Formas e o Sol à Forma do Bem
(Deus). O homem que consegue sair da caverna é o filósofo, que, por
conhecer as Formas, é o único que conhece a verdadeira natureza das
coisas e, no entanto, está condenado a ser considerado excêntrico
por aqueles que preferem ser guiados antes por emoções e aparências
que pelo intelecto e pela verdade.