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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O que é o conservadorismo?

Em nosso próximo artigo vamos curtir uma belíssima publicação do NRI (National Review Institute) em tradução livre para o português. Uma boa leitura a todos!

O que é o Conservadorismo?
Por LEE EDWARDS - 22 de outubro de 2018

Link com o artigo original (em inglês):
https://www.nationalreview.com/2018/10/conservatism-definition-philosophy-not-ideology/

O que é o conservadorismo?

O conservadorismo é um filosofia, não uma ideologia.

O instituto National Review, liderado pela formidável Lindsay Craig, tem se empenhado em um projeto louvável nos últimos cinco anos, patrocinando um “exame rigoroso” dos princípios conservadores para profissionais em meio de carreira que querem uma compreensão mais profunda do conservadorismo. Liderando as discussões ao longo de oito seminários que ocorrem durante jantares estão conservadores tais como Victor Davis Hanson, Jonah Goldberg, Richard Brookhiser, Dan Mahoney e Kathryn Jean Lopez.

Eu tive o privilégio de laçar a série em Nova York, Washington, DC, Dallas, São Francisco e Filadélfia com o perfil do polímata fundador da NATIONAL REVIEW, William F. Buckley Jr. Na sessão de perguntas e respostas que segue, duas perguntas são invariavelmente feitas por advogados, educadores, funcionários do governo, médicos, empresários e até mesmo pelos pastores participantes.

A primeira pergunta que geralmente vem em meio à discussão é: "Existe alguém hoje que poderia ser o próximo Bill Buckley?" Eu me recuso a ficar preso a um nome, mas aponto para jovens oradores como Ben Shapiro e Matthew Continetti, além de editores perspicazes como Yuval Levin e Dan McCarthy. Quando pressionado, responderei que Bill Buckley era sui generis e é improvável que o veremos novamente. Mas, acrescento rapidamente, há um bom número de conservadores com menos de 40 anos cujos talentos em soma são iguais aos do homem que, mais do que ninguém, produziu o movimento conservador moderno.

A segunda questão geralmente surge ao final do jantar: “O que é conservadorismo?” A maioria dos companheiros do Instituto National Review vive em um mundo liberal hostil no qual são desafiados a justificar suas posições filosoficamente. Eles não buscam um mero tweet, mas uma explicação detalhada do conservadorismo sobre a qual eles possam basear seu apoio ou oposição nos assuntos urgentes diários.

Minha resposta se baseia em quatro fontes: (1) A Declaração de Sharon, elaborada por M. Stanton Evans e adotada por Young Americans for Freedom em sua reunião de fundação que ocorreu em setembro de 1960. (2) The Conservative Mind (A mente conservadora), de Russell Kirk, obra que afirma estar a essência do conservadorismo em seis cânones. (3) The Conscience of a Conservative  (A Consciência de um Conservador), de Barry Goldwater, a qual fala sobre os dois lados do homem: o material e o espiritual. (4) Up from Liberalism (A partir do liberalismo), de Buckley.



Começo com os principais pontos da Declaração de Sharon, reconhecidos pelo The New York Times como um “documento seminal” do movimento conservador e aceito por muitos conservadores como a melhor exposição curta dos ideais conservadores.

Nós, como jovens conservadores, acreditamos:

• O principal entre os valores transcendentes é o uso que o indivíduo faz do livre-arbítrio concedido por Deus, de onde deriva seu direito de estar livre das restrições de uma força arbitrária;

• Que a liberdade é indivisível e que a liberdade política não pode existir por muito tempo sem liberdade econômica;

• Que o propósito do governo é proteger essas liberdades através da preservação da ordem interna, da provisão de defesa nacional e da administração da justiça;

• Que a Constituição dos Estados Unidos é o melhor arranjo já concebido para capacitar o governo a cumprir seu papel adequado, bem como restringir a concentração e o abuso de poder;

• Que a economia de mercado, alocando recursos através da oferta e da demanda, é o único sistema econômico compatível com as exigências da liberdade pessoal e do governo constitucional, o qual é ao mesmo tempo o mais produtivo sistema capaz de atender as necessidades humanas;

• Que a política externa americana deve ser julgada por este critério: Ela atende os interesses dos Estados Unidos?

Então, ofereço meu resumo dos seis cânones conservadores de Kirk: (1) A intenção divina, assim como a consciência pessoal, governam a sociedade. (2) A vida tradicional é cheia de variedade e mistério, enquanto a maioria dos sistemas radicais é caracterizada por uma conformidade estreita. (3) A sociedade civilizada requer ordem e hierarquia. (4) A propriedade e a liberdade estão inseparavelmente conectadas. (5) O homem deve controlar sua vontade e seu apetite, sabendo que ele é governado mais pela emoção do que pela razão. (6) A sociedade deve mudar, mas devagar.

Em seguida, passo para Barry Goldwater, que junto a L. Brent Bozell escreveu The Conscience of a Conservative (A consciência de um conservador). Goldwater foi o primeiro candidato à presidência a fazer campanha como um fusionista, baseando-se em correntes tradicionais e libertárias do pensamento conservador para suas políticas e posições. Os conservadores levam em consideração o homem como um todo, escreve Goldwater, tanto seu lado material quanto espiritual. Enquanto os liberais tendem a olhar apenas para o lado material da natureza do homem, o conservadorismo considera o aprimoramento da natureza espiritual do homem como a principal preocupação da filosofia política.

Com essa visão da natureza humana, diz Goldwater, é compreensível que “o conservador considere a política como a arte de alcançar a quantidade máxima de liberdade para os indivíduos que seja consistente com a manutenção da ordem social”. O conservador é o primeiro a entender que “a prática da liberdade requer o estabelecimento da ordem”. É impossível que um homem seja livre se outro for capaz de negar-lhe o exercício de sua liberdade.

Mas o conservador também reconhece que o poder político sobre o qual a ordem se baseia é uma força cujo apetite cresce de forma constante. "Ele sabe", diz Goldwater, "que o máximo de vigilância e cuidado é sempre necessário de forma a manter o poder político dentro de seus limites".

Eu termino minha definição de conservadorismo com um resumo de Up from Liberalism (A partir do liberalismo), de Buckley, no qual ele elogia a alternativa conservadora baseada na “liberdade, individualidade, senso de comunidade, santidade da família, supremacia da consciência e visão espiritual da vida”. Com apenas 21 palavras, Buckley fornece um resumo puro dos primeiros princípios do conservadorismo.

O conservadorismo é uma filosofia, não uma ideologia. É a sabedoria coletiva de conservadores tais como Evans, Kirk, Goldwater, Buckley e Abraham Lincoln, os quais quando perguntados sobre o que é o conservadorismo respondem: "Ele não é a adesão ao velho e experimentado, contra o novo e o não experimentado?" O conservadorismo está sobre a rocha sólida da fundação americana e da civilização ocidental. Seu princípio primordial é a "liberdade ordenada", a qual o NRI (National Review Institute) e conservadores em todos os lugares estão determinados a preservar e proteger para esta geração e as que estão por vir. Tenho orgulho de fazer parte deste nobre projeto e espero que você também se junte a mim e à NRI como parte disso.

LEE EDWARDS — Lee Edwards é um ilustre colega dentro do pensamento conservador da Heritage Foundation.

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